Sob fogo dos democratas no Congresso, os republicanos optaram por uma velha tática de defesa: o ataque. Ontem, um time de assessores e conselheiros de Donald Trump lançou uma ofensiva contra o processo de impeachment. Tomando de assalto os programas dominicais de TV, os aliados do presidente, entre eles seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, elegeram como alvo principal a denúncia anônima registrada contra Trump.

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O presidente começa a semana pressionado pela transcrição de um telefonema para o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski – que ele mesmo autorizou divulgar, na semana passada. Na conversa, Trump pressiona o ucraniano a investigar Joe Biden, ex-vice-presidente dos EUA e líder da corrida presidencial de 2020, segundo as pesquisas.

Na quarta-feira, com base na suspeita de que Trump vem utilizando o cargo para perseguir rivais políticos, a presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, autorizou as comissões legislativas a iniciar um inquérito para determinar o impeachment do presidente.

A situação de Trump piorou ainda mais quando o Congresso recebeu o conteúdo de uma denúncia anônima contra o presidente. No documento, um agente de inteligência afirma, com base no depoimento de várias fontes do governo, o presidente buscou ajuda externa para interferir no processo eleitoral – alegação que é corroborada pelo telefone para Zelenski.

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Após alguns dias de indecisão, os republicanos parecem ter encontrado uma estratégia. Ontem, Giuliani esteve no programa This Week, apresentando pelo âncora George Stephanopoulos, da rede ABC. O advogado pessoal de Trump, acusado de ser o encarregado de obter informações sobre rivais políticos junto a governos estrangeiros, chamou a denúncia de “boato” e afirmou que o presidente caiu em uma “arapuca” montada pelos democratas.

“Estou defendendo o meu cliente da melhor maneira possível”, disse Giuliani. “Nós não queremos prejudicar Joe Biden. O que queremos provar com essas acusações é que Donald Trump caiu em uma arapuca montada pelos democratas.”

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O deputado Jim Jordan, um dos mais leais aliados de Trump na Câmara, escolheu o programa State of the Union, da CNN, para dar sua versão do caso. Diante do apresentador Jake Tapper, ele defendeu o conteúdo da conversa em que Trump tenta convencer Zelenski a investigar Biden. “Ele não fez nada disso. A conversa foi tirada de contexto”, disse.

O senador republicano Lindsay Graham compareceu ao programa Face the Nation, da CBS, onde garantiu que viu nada de mais na conversa com Zelenski e também chamou a denúncia anônima de “boato”. Quando alertado pela jornalista Margaret Brennan de que as informações saíram de dentro da Casa Branca, Graham atacou o delator. “Quem são essas pessoas e o que elas pretendem?” questionou o senador. “A caça às bruxas de Salem seguiu muito mais o devido processo legal do que isto.”

Stephen Miller, um dos mais combativos assessores da Casa Branca, passou pelo programa Fox News Sunday, de Chris Wallace, e também escolheu atacar o delator. “Este indivíduo (o delator) é um sabotador que tenta minar um governo eleito democraticamente”, disse Miller. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.