Os Estados Unidos rejeitaram um pedido de compra de armas feito pelo governo de Israel que aumentaria sua capacidade de promover ataques a instalações nucleares iranianas, noticiou hoje o jornal israelense Haaretz. O periódico não diz quais seriam as armas pedidas por Israel, que já recebe uma substancial ajuda militar dos EUA, mas informa que o governo americano advertiu o israelense contra um possível ataque sob a alegação de que uma eventual ação militar de Tel-Aviv contra Teerã minaria os interesses de Washington.
A reportagem não revela as fontes de informação. De acordo com o Haaretz, os EUA exigiram de Israel que os avise com antecedência caso decida atacar a república islâmica. Ainda de acordo com o jornal, é improvável que Israel ataque o Irã sem a aprovação tácita dos EUA e a rejeição à encomenda de armas teve como objetivo enviar um sinal contrário à opção militar.
O Ministério da Defesa dos Israel e a Embaixada dos EUA em Tel-Aviv recusaram-se a comentar o teor da reportagem.
Israel acusa o Irã de estar em busca de armas nucleares e acredita que o país será capaz de ter uma bomba atômica já em 2010. Tel-Aviv tem trabalhado para que a comunidade internacional exerça pressão sobre Teerã para que interrompa seu programa nuclear.
O governo iraniano rejeita as acusações e assegura que suas usinas atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia elétrica, estando de acordo com as normas do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual é signatário.
Em seus relatórios, os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) têm informado não haver sinais de um programa nuclear com fins militares e os serviços secretos dos EUA divulgaram relatório há alguns meses afirmando ter evidências de que um programa nuclear militar mantido pelo Irã teria sido encerrado em 2003.
Ainda assim, EUA e Israel não descartam a possibilidade de bombardear o Irã caso o país não desista do enriquecimento de urânio, um processo essencial para a geração de combustível usado no funcionamento das usinas nucleares. Em grande escala, o urânio enriquecido pode ser usado para carregar ogivas atômicas.