EUA poderiam resolver crise ‘em cinco minutos’, diz Zelaya

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou hoje que, caso os Estados Unidos realmente quisessem, poderiam resolver a crise hondurenha rapidamente. “Só têm que levantar um dedo, cinco minutos, e em duas horas o governo de facto tem que entregar realmente o poder”, afirmou em entrevista hoje à “Rádio MVS”, do México.

O líder deposto lembrou que 75% das atividades econômicas de Honduras se realizam com os EUA, país com o qual foram firmados vários acordos bilaterais, em diversas áreas.

Os EUA enviaram para Honduras o subsecretário-adjunto de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Craig Kelly. Sua meta é destravar o processo de diálogo e fazer valer o acordo firmado pelas duas partes rivais no país, informou a embaixada norte-americana em comunicado.

Kelly chegou a Honduras na terça-feira e teve encontros separados com Micheletti e Zelaya. “Como amigos do povo hondurenho, vamos seguir trabalhando com os dois lados para buscar soluções”, afirmou o diplomata, ao sair da embaixada do Brasil, onde Zelaya está refugiado desde 21 de setembro.

Esta é a segunda visita do enviado norte-americano em duas semanas. Ele voltou ao país depois que o Congresso anunciou, na terça-feira, que decidirá sobre a volta ou não de Zelaya ao posto em 2 de dezembro. As eleições presidenciais no país ocorrem no dia 29 de novembro.

Após a visita de Kelly, Zelaya reiterou que, para ele, o acordo “está morto”. Cinco dias após o pacto, Zelaya já o condenava, por não aceitar a formação de um governo de união liderado por Micheletti. Para o líder deposto, primeiro ele deveria voltar ao poder, para então se discutir a nova administração.