A Rússia permitirá que os Estados Unidos enviem armas para o Afeganistão por meio de seu território, afirmou hoje Serguei Prikhodko, assessor especial de Relações Exteriores do Kremlin. O acordo, visto como uma concessão russa para melhorar as relações entre Washington e Moscou, deverá ser assinado no início da próxima semana, quando o presidente norte-americano, Barack Obama, realizará sua primeira visita oficial à Rússia desde que assumiu o governo, no início do ano.
Moscou já permite que os EUA transportem, por meio do território russo, suprimentos para suas tropas no Afeganistão, mas não autoriza a passagem de armas e munições por seus espaços aéreo e terrestre. Prikhodko observou ainda que não está claro se soldados e civis norte-americanos envolvidos no conflito terão permissão para viajar pela Rússia até o Afeganistão, pois os EUA não teriam feito tal pedido.
A rota normal para fornecer suprimentos para as tropas no Afeganistão passa pelo Paquistão, mas, como o país está sob constante ataque do Taleban, os EUA e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foram obrigados a buscar caminhos alternativos pelos países da Ásia Central e pela Rússia. A confirmação do acordo adianta o tom construtivo que deve, segundo analistas, predominar durante os encontros entre Obama e Medvedev na segunda-feira e terça-feira da próxima semana.
Durante a visita de Obama, as reuniões com os líderes russos deverão se concentrar nas negociações de um tratado de redução dos arsenais atômicos sucessor do Start, assinado em 1991 e que expira em dezembro deste ano. O Start estipula que nenhum dos dois lados pode empregar mais de 6 mil mísseis nucleares e não mais de 1,6 mil veículos de transporte estratégico, o que inclui mísseis balísticos intercontinentais, submarinos e bombardeiros.