Os Estados Unidos fizeram um apelo ao Irã hoje para que cumpra as promessas de respeitar os direitos humanos, quase um ano após a sangrenta repressão da república islâmica aos manifestantes que protestaram contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em 12 de junho.

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A embaixadora dos EUA no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra, Eileen Chamberlain Donahoe, disse que o Irã continua a discriminar minorias e fracassa em garantir a liberdade de expressão e de reunião.”Nós apelamos ao governo do Irã a que cumpra todos esses compromissos internacionais e que preste contas sobre seu passado a respeito dos direitos humanos, particularmente sobre o que aconteceu no ano passado”, disse a embaixadora dos EUA no Conselho. O Irã compareceu ao Conselho como parte de uma revisão regular sobre seu histórico nos direitos humanos. O governo iraniano aceitou recentemente 123 recomendações feitas por outros países, enquanto rejeitou 45 e disse que irá analisar outras 20.

“Nós ficamos satisfeitos que o Irã tenha concordado em participar das reuniões”, disse Donahue, mas acrescentou: “Promessas vazias não são o suficiente”.

Ontem, a Anistia Internacional pediu ao Irã que abra suas prisões a monitores internacionais e pare de usar as execuções como um “instrumento letal de repressão”. O apelo foi feito no momento em que se aproxima o aniversário de um ano da polêmica eleição presidencial iraniana do ano passado. A oposição cancelou protestos que seriam feitos no sábado. Na época, a oposição denunciou fraude na eleição.

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Abusos

Um comunicado da Anistia Internacional, sediada em Londres, pede que os líderes iranianos permitam que observadores dos direitos humanos visitem as prisões e outras instalações onde oposicionistas estão detidos e investiguem acusações de abusos, torturas e estupros.”O governo iraniano está determinado em silenciar todas as vozes dissidentes, enquanto ao mesmo tempo tenta evitar todas as investigações da comunidade internacional a respeito das violações que aconteceram no período pós-eleitoral”, disse Claudio Cordone, secretário-geral interino da Anistia Internacional.

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O grupo também acusou o governo iraniano de ter usado a execução por enforcamento de cinco ativistas curdos, em maio, para enviar uma “mensagem clara” aos dissidentes que buscariam reviver os protestos e as manifestações no aniversário de um ano da eleição presidencial.

Ocorreram “execuções com motivações políticas, que aconteceram recentemente antes da importante data do aniversário, para a qual eram esperados enormes protestos”. O comunicado diz que o sistema judiciário é usado como um instrumento letal de repressão pelas autoridades.

Pelo menos seis condenados estão no corredor da morte, acusados de suposto envolvimento nas manifestações e de participarem de grupos proscritos. A Anistia diz que o Irã tem um dos maiores índices de execuções no mundo – foram 115 neste ano até agora, segundo contagem do grupo.