EUA negam que prisão de russos afete laços bilaterais

A Casa Branca informou hoje que a detenção de 11 pessoas, supostamente pertencentes a uma rede de espionagem russa, não vai afetar o relacionamento entre os Estados Unidos e a Rússia. O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que o presidente Barack Obama já foi informado sobre a questão. Segundo Gibbs, a ação foi uma questão de aplicação da lei e que os policiais “agiram de forma apropriada”.

Questionado sobre o tema, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recusou-se a comentar o assunto. “Obrigado”, disse apenas, ao ser perguntado sobre o caso. A Casa Branca afirmou que é o Departamento de Justiça que tratará do tema. Obama e o presidente russo, Dmitry Medvedev, saudaram o que chamaram de “recomposição” do relacionamento entre seus países após se reunirem na semana passada.

Ontem, no entanto, o FBI anunciou a prisão de dez supostos agentes russos, que foram monitorados durante anos. Eles são acusados de tentar se infiltrar nos círculos políticos norte-americanos, enquanto se disfarçavam de cidadãos comuns. A 11ª pessoa foi presa nesta terça-feira, no Chipre, por suposto envolvimento no círculo de espionagem russa. Gibbs disse que Obama tinha conhecimento da investigação antes de se encontrar com Medvedev na Casa Branca na última quinta-feira. Segundo o porta-voz, os dois líderes não discutiram o assunto.

No entanto, as lideranças russas expressaram frustração com as prisões e as qualificaram de infundadas. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou hoje que há cidadãos russos entre os supostos espiões presos. A pasta insistiu, porém, que essas pessoas não feriram em nada os interesses dos EUA. Um comunicado do ministério divulgou nesta terça-feira que a Rússia está contando com os EUA para uma “compreensão adequada” do caso, levando em conta o “caráter positivo” das relações bilaterais.

Altos e baixos

O Departamento de Estado americano tentou minimizar a questão, afirmando que ela faz parte dos altos e baixos das relações diplomáticas. “Não abandonaremos a oportunidade de prosseguir com nossos interesses comuns porque há coisas sobre as quais discordamos”, disse aos jornalistas Phil Gordon, funcionário encarregado de políticas para a Rússia. “Eu acho que vocês devem ver esta questão de espionagem neste contexto.”

Suas declarações são parte dos esforços do governo de diminuir os danos diplomáticos causados pelas prisões de 11 pessoas, que supostamente usaram identidades falsas e buscavam obter informações internas dos formuladores de políticas no governo norte-americano para beneficiar a Rússia. Gordon disse que até onde ele sabe, nenhum dos supostos espiões teve contato com funcionários do Departamento de Estado e que ele desconhecia o comprometimento de informações sensíveis do Departamento de Estado.

Passaporte britânico

Funcionários britânicos informaram que investigam se um membro do grupo de supostos espiões utilizava um passaporte do Reino Unido enquanto vivia nos EUA. O Ministério das Relações Exteriores britânico informou que analisa o assunto junto com autoridades norte-americanas. Documentos apresentados a uma corte distrital dos EUA em Nova York afirmam que o suspeito Tracey Lee Ann Foley utilizava um passaporte britânico falso.

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