O Irã convidou representantes de vários países para visitar suas instalações nucleares neste mês, entre eles Rússia, China e os membros da União Europeia (UE). Os Estados Unidos, porém, não foram convidados. O governo do presidente dos EUA, Barack Obama, rapidamente minimizou a suposta abertura de Teerã, dizendo que o país persa buscava reduzir a pressão contra seu programa nuclear.
“Um tour para alguns países não é um substituto para a cooperação sustentável e transparente”, disse ontem o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley. “O Irã continua violando suas obrigações internacionais e a comunidade internacional não será distraída por essa manobra.”
Dois diplomatas dos países da UE anunciaram ontem que seus governos não devem aceitar o convite, justamente por vê-lo como uma tentativa de dividir a comunidade internacional. Segundo eles, o Irã deveria estar pronto para se envolver em discussões sérias com o Ocidente e permitir maior acesso a inspetores internacionais da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da Organização das Nações Unidas (ONU).
O convite para as visitas no fim de semana de 16 e 17 de janeiro ocorre no momento em que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – EUA, China, França, Rússia e Reino Unido -, além da Alemanha, preparam-se para uma reunião com o Irã cuja meta é conter o programa nuclear do país. O encontro deve ocorrer no fim de janeiro, em Istambul. Uma rodada anterior de negociações, realizada mês passado em Genebra, não resultou em sinais de que o Irã possa querer cumprir as resoluções do Conselho de Segurança e suspender sua produção de combustível nuclear.
Autoridades dos EUA e da Europa já demonstraram preocupação com o risco de que o Irã possa usar a diplomacia para ganhar tempo e escapar de sanções, enquanto avança em seu programa nuclear. As potências lideradas por Washington temem que o Irã busque secretamente armas nucleares, mas o país garante ter apenas fins pacíficos. As informações são da Dow Jones.