EUA levarão complô do Irã ao Conselho de Segurança

Os EUA devem levar para o Conselho de Segurança a acusação de que o Irã organizou um plano para matar o embaixador saudita em Washington. Antes, porém, querem ter certeza de que terão o apoio de outros países na ONU. Uma das alternativas seria esperar pela publicação, nas próximas semanas, de um novo relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que expressará preocupação com o programa nuclear iraniano. Assim, o Irã seria pressionado em duas frentes: no envolvimento com o terrorismo e na possibilidade de desenvolver armas nucleares.

Segundo a Agência Estado apurou, dois fatores dificultam a ação americana. Primeiro, é preciso convencer outros países do Conselho de Segurança de que as provas são críveis. Diplomatas e analistas desconfiam da história apresentada pelos EUA. De acordo com Washington, um iraniano que vendia carros no Texas tentou contratar um cartel mexicano para matar o embaixador saudita. Para outros países, não tem muita lógica Teerã agir de forma tão amadora.

Em um caso assim, os EUA precisariam apresentar as provas no Conselho de Segurança, como aconteceu com a crise dos mísseis em Cuba, em 1962, e com as armas de destruição em massa do Iraque, em 2003. O problema é que o último episódio passou a ser visto como um dos maiores fiascos da diplomacia americana, porque Saddam Hussein não tinha os armamentos.

O segundo obstáculo, segundo diplomatas, é a divisão do Conselho de Segurança entre EUA e europeus, de um lado, e os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), do outro. Este ano, os dois blocos estiveram em lados antagônicos na segunda resolução contra a Líbia e, mais recentemente, na iniciativa contra a Síria e na questão do reconhecimento do Estado palestino. Para complicar, o país árabe no Conselho de Segurança atualmente é o Líbano. Beirute, com suas divisões sectárias, sintetiza o conflito entre iranianos e sauditas ao redor do Oriente Médio e, dificilmente, o governo libanês se envolveria na questão. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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