As evidências de que os sensores de velocidade – os tubos de pitot – que equipam os aviões Airbus apresentam falhas técnicas recorrentes voltaram a crescer. O Conselho Nacional de Segurança em Transporte (NTSB) dos Estados Unidos anunciou em nota oficial que investigará se os equipamentos – suspeitos de terem causado a queda do voo 447 da Air France – estão na origem de dois incidentes aéreos, um dos quais com um avião da TAM, registrados em maio e junho.

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O informe foi publicado pelo NTSB anteontem, em Washington. Segundo a nota, o conselho “está investigando dois incidentes recentes nos quais as indicações de velocidade e de altitude em aviões Airbus A330 podem ter sofrido disfunção”. O texto dá detalhes do primeiro dos incidentes, que tem relação com o Brasil: trata-se do voo TAM 8091 que realizava a rota Miami-São Paulo em 21 de maio. De acordo com a versão divulgada pela companhia aérea, o avião atravessou uma região de forte turbulência e sofreu perda brusca de altitude. Os cinco minutos de violenta instabilidade deixaram um saldo de 22 feridos.

Na sequência, um inquérito havia sido aberto pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), no Brasil, para apurar as causas do incidente. A nota do NTSB, contudo, jogou nova luz sobre o caso. “O TAM A330 que deixou Miami para São Paulo perdeu o Air Data Reference (ADR). Em consequência, a tripulação verificou a desconexão do piloto automático e do autothrust (equipamento que controla o fluxo de combustível para as turbinas), ocasionando perda de informações de velocidade e de altitude”, diz o texto.

Um caso similar aconteceu na terça-feira, com um avião Airbus A330 da companhia Northwest Airlines que realizava a rota Hong Kong-Tóquio. “Informações das caixas-pretas, das mensagens (automáticas) Aircraft Communications Adressing and Reporting System (Acars), declarações da tripulação e condições meteorológicas estão sendo coletadas pelos investigadores do NTSB”, afirma a nota oficial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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