Os Estados Unidos, o Reino Unido e a França informaram nesta quarta-feira que fecharão suas embaixadas no Iêmen depois de rebeldes xiitas terem tomado o poder no país.

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O fechamento das embaixadas foi anunciado num momento em que rebeldes houthis, armados com rifles de assalto Kalashnikov e vestindo uniformes policiais e roupas civis, patrulhavam as principais avenidas da capital, Sanaa, alguns em picapes com armamento antiaéreo.

Protestos difusos podiam ser vistos na cidade, com manifestantes criticando os houtis por terem tomado o poder e dissolvido o Parlamento. Lojas fecharam mais cedo e helicóptero sobrevoavam a cidade.

Os houthis atacaram um desses protestos, esfaqueando e espancando manifestantes que tentavam chegar ao escritório local da Organização das Nações Unidas, informaram testemunhas. Os rebeldes detiveram várias pessoas, disseram as fontes.

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Na cidade de Bayda, região central do país, também controlada pelos houthis, os rebeldes dispersaram outro protesto, ferindo um coordenador do movimento contrário ao grupo, afirmaram testemunhas.

Em Taiz, a cidade mais populosa do Iêmen, mas que não foi tomada pelos houthis, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra o grupo.

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Na manhã desta quarta-feira, o ministro britânico para o Oriente Médio, Tobias Ellwood, pediu aos cidadãos do Reino Unido que ainda estiverem no Iêmen que “saiam imediatamente”, enquanto a embaixada retirava seus funcionários do país. A medida foi anunciada depois de o Departamento de Estado norte-americano confirmar o fechamento da embaixada dos Estados Unidos em Sanaa e a retirada de seu pessoal. A embaixada francesa vai fechar na sexta-feira.

“A situação de segurança no Iêmen continua a se deteriorar nos últimos dias”, declarou Ellwood. “Infelizmente, julgamos que os funcionários e as instalações de nossa embaixada estão em risco crescente.”

As missões diplomáticas de muitos países do Golfo Pérsico que se opõem aos houthis já retiraram seus funcionários do país. O Iêmen está em crise há meses, desde que os rebeldes xiitas iniciaram sua ofensiva, em setembro.

Autoridades norte-americanas disseram que o fechamento da embaixada no país não afetará as operações de contraterrorismo contra o ramo iemenita da Al-Qaeda, que é considerada pelos Estados Unidos o braço mais perigoso do grupo terrorista.

Na terça-feira, Abdel-Malek al-Houthi, líder dos rebeldes xiitas, advertiu seus inimigos a não ficar no caminho de seu movimento e criticou governos estrangeiros por retirar seus diplomatas do país.

“Não aceitaremos pressões. Elas não têm utilidade”, disse al-Houthi em discurso divulgado pela rede de TV dos rebeldes, a al-Masseria. “Quem quer que prejudique os interesses deste país verá que seus interesses neste país também serão prejudicados.” Fonte: Associated Press.