Os Estados Unidos fecharam suas embaixadas em quatro países da África subsaariana como parte das medidas de segurança após a elevação do nível de alerta, dias antes do 15º aniversário dos ataques da Al-Qaeda às missões diplomáticas no Quênia e na Tanzânia.
Essas duas embaixadas, atacadas em 7 de agosto de 1998, foram reconstruídas, mas seus prédios são estruturas altamente fortificadas que foram erguidas longe de áreas povoadas, onde são menos vulneráveis a ataques. Essas embaixadas permanecem abertas, mas as missões em Ruanda e no Burundi, pequenos países que fazem fronteiras com a Tanzânia a oeste, e as nações insulares de Madagáscar e Ilhas Maurício receberam ordens para fechar.
Funcionários do governo norte-americano não deram quaisquer indícios dos motivos pelos quais as quatro embaixadas dos Estados Unidos na região foram fechadas. Não há informações sobre ameaças de alto nível contra essas missões. A porta-voz do Departamento de Estado para África não respondeu um pedido de esclarecimento feito por e-mail.
Mas agentes da Al-Qaeda ainda permanecem no leste africano e um especialista no continente lembrou que as embaixadas dos Estados Unidos no Burundi e em Ruanda funcionam em prédios antigos que são menos seguros do que as instalações mais novas, como as construídas na Tanzânia e no Quênia.
O especialista J. Peter Pham, diretor do Centro Africano, em Washington, também lembrou que Mohammed Jamal
Khalifa, cunhado de Osama bin Laden, foi morto em Madagáscar em 2007. Khalifa era conhecido como financiador da Al-Qaeda e foi morto por forças especiais norte-americanas. “Então,a Al-Qaeda está presente em Madagáscar há pelo menos seis anos”, afirmou Pham.
No caso das Ilhas Maurício, trata-se de um país “para todos os tipos de atividades de financiamento” num ambiente pouco regulado, disse Pham, que pode ser usado para atividades nefastas. Além disso, a nação insular disputa com o Reino Unido a posse da ilha Diego Garcia, que os Estados Unidos usam como base militar para operações no Iraque e no Afeganistão, disse ele.
Mesmo antes do fechamento das embaixadas, os Departamento de Estado norte-americano havia advertido que o Burundi poderia ser alvo de um ataque terrorista porque enviou tropas para a Somália para lugar contra o al-Shabab, grupo armado extremista islâmico ligado à Al-Qaeda. O aviso, emitido em abril, dizia também que interesses norte-americanos poderiam ser atacados no Burundi. Fonte: Associated Press.