O vice-secretário de Estado norte-americano, James Steinberg, chegou à China hoje com a meta de levar a relação bilateral entre os dois países de volta aos trilhos. Recentemente, a venda de armas dos EUA a Taiwan e a visita do dalai-lama à Casa Branca causaram tensões entre Pequim e Washington. O alto diplomata dos Estados Unidos também tratará dos esforços para que a Coreia do Norte volte a negociar seu programa nuclear e tentará persuadir os chineses a apoiar novas sanções contra o Irã, por causa de seu controverso programa nuclear.
Um porta-voz do Departamento de Estado afirmou que Pequim e Washington precisam superar as diferenças para avançar. Segundo ele, há um interesse nos dois países em voltar à situação de normalidade nas relações “o mais rápido possível”. Porém, Steinberg pode enfrentar uma tarefa difícil.
Hoje, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês reiterou que Washington era culpado por vários problemas na relação. “A responsabilidade pela atual dificuldade nas relações entre China e a EUA é totalmente do lado norte-americano”, disse o porta-voz. “Nós esperamos que o lado dos EUA leve seriamente em conta a posição chinesa.”
Steinberg será acompanhado por Jeffrey Bader, principal conselheiro para Ásia do presidente Barack Obama no Conselho de Segurança Nacional. Na quinta-feira, Bader seguirá para Tóquio, onde se encontrará com funcionários japoneses antes de voltar aos EUA.
Promessa
Ao assumir a presidência dos EUA, em janeiro de 2009, Obama prometeu expandir a relação bilateral e afirmou que o vínculo entre as duas nações iria “moldar o século 21”. O presidente norte-americano fez uma visita oficial à China em novembro, mas desde então emergiram vários focos de divergência.
Em janeiro, foi aprovado nos EUA um pacote de venda de armas avaliado em US$ 6,4 bilhões para Taiwan. No mês passado, Obama se encontrou com o dalai-lama. A China considera Taiwan parte de seu território e condena o dalai-lama como um líder separatista tibetano.
A relação foi ainda afetada após a companhia norte-americana de internet Google ameaçar deixar o mercado chinês por causa de ataques cibernéticos recebidos e pela censura do governo. Também há várias diferenças entre as duas nações em uma série de temas comerciais e cambiais. O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, afirmou no sábado esperar que 2010 não seja “um ano não pacífico” para as relações comerciais e econômicas com os EUA. As informações são da Dow Jones.