Os Estados Unidos autorizaram hoje (01) o envio de seis aeronaves para a base na ilha de Okinawa, no sudeste do Japão, causando protestos de centenas de moradores locais sobre o aumento da presença americana em território japonês.
O primeiro dos seis aparelhos híbridos Osprey chegou hoje à base de Okinawa vindo de Iwakuni, outra instalação americana no Japão, e foi recebido pelos manifestantes, que estavam ao lado da cerca da base aérea.
As aeronaves, que decolam como helicóptero e voam como avião, despertaram a preocupação dos moradores de Okinawa após os acidentes no Marrocos e na Flórida no início do ano, dizendo que os aparelhos poderiam cair nas casas locais.
O secretário de Defesa americano, Leon Panetta, garantiu a segurança dos aparelhos apesar dos incidentes, e o governo japonês aprovou as operações.
Tóquio apoia as operações e também vê o reforço como uma forma de ajudar a garantir a soberania sobre um arquipélago no mar do Leste da China, disputadas com Pequim.
A questão da segurança revelou também a insatisfação dos 1,4 milhão de habitantes de Okinawa contra as operações americanas. Na região, estão lotados cerca de 50 mil integrantes de tropas americanas.
Protestos
No mês passado, mais de 100 mil pessoas fizeram um protesto contra a presença dos militares dos Estados Unidos, no maior ato desde 1995, quando três soldados americanos foram acusados de estupro.
O porta-voz da Assembleia de Okinawa, Masaharu Kina, criticou a medida. “Os Osprey fazem com que nós percebamos que não somos tratados como japoneses completos”.
O prefeito da capital Naha, Takeshi Onaga, disse que a irritação está aumentando e pode explodir a qualquer momento. “Se eles forçarem essa operação, isso pode levar ao colapso das relações entre Estados Unidos e Japão”.
Para ele, Washington está correndo um “grande risco” ao fazer as operações, que poderiam levar a protestos violentos como os ocorridos na década de 1970, quando manifestantes queimaram carros nas ruas de Naha.