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EUA: efeito da paralisação do governo sobre a economia deve ser limitado

A paralisação do governo federal dos Estados Unidos pode afastar um número significativo de funcionários públicos federais e deixar prestadores de serviços do governo sem pagamento, mas em uma economia de US$ 19,5 trilhões, com 147 milhões de trabalhadores, uma paralisação, mesmo que seja longa, não deverá deixar uma grande marca na atividade.

A última paralisação do governo em outubro de 2013 deixou 818 mil trabalhadores, ou 30% de todos os funcionários do governo federal, em casa sem salário por mais de duas semanas. No entanto, no último trimestre de 2013, a economia teve seu desempenho mais forte em dois anos, registrando crescimento a uma taxa de 4%, apesar do impacto de 0,3 ponto porcentual para o Produto Interno Bruto (PIB) causado pela paralisação, segundo o Departamento de Comércio. O mercado de trabalho se manteve durante o período de paralisação. Os empregadores dos EUA criaram 212 mil empregos em outubro, ante 190 mil no mês anterior.

Em 1995, o governo foi paralisado duas vezes, durante cinco dias em meados de novembro e por três semanas a partir de meados de dezembro até a primeira semana do ano-novo. A economia cresceu a uma taxa de 2,9% no último trimestre de 1995, 2,7% nos primeiros três meses de 1996 e, em seguida, explodiu com crescimento de 7,2% no trimestre seguinte. Enquanto as folhas de pagamento diminuíram 15 mil em janeiro de 1996, após dois meses de alta, a contratação se recuperou em fevereiro, com 429 mil novos empregos.

Desta vez, economistas dizem que o impacto de qualquer paralisação na economia em geral dependerá de sua duração. A maioria das paralisações nos últimos 40 anos durou menos de 10 dias. “Paralisações relativamente curtas de várias semanas ou menos que ocorrem no início do trimestre geralmente deixam tempo para a atividade se recuperar mais tarde no trimestre, e as estatísticas oficiais do PIB podem não ter muito ou nenhum impacto”, disseram os analistas do Barclays Shawn Golhar e Michael Gapen, em nota a clientes. Eles esperavam que uma paralisação tirasse 0,1 ponto porcentual do Produto Interno Bruto anualizado para cada semana de duração no trimestre.

Houve 18 paralisações do governo desde 1977, variando de um dia a três semanas. Apenas seis duraram mais de 10 dias. Dez duraram cinco dias ou menos. Economistas apontam que as paradas têm pouco impacto nos dados econômicos, em parte porque muitas despesas governamentais consideradas essenciais, como a defesa e a aplicação da lei, continuam normalmente. Além disso, as despesas obrigatórias, como a Segurança Social e o Medicare, continuam em curso. Segundo o economista-chefe da Standish Mellon Asset Management, foi encontrada uma forma de tornar essas paralisações menos custosas, designando mais trabalhadores como essenciais.

Contudo, trabalhadores do governo não receberão por um período indeterminado. E embora eles geralmente recebam os salários atrasados posteriormente, a perda de produtividade das horas em que ficaram ociosos não é facilmente recuperada.

Pamela Gilbertz, especialista em comunicação de saúde nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças em Atlanta, disse que a paralisação significa que muitos trabalhadores não poderão fazer acessar a rede CDC para verificar o e-mail ou baixar as declarações de pagamento necessárias para se candidatarem a benefícios de desemprego. “Para a maioria das pessoas é muito difícil ficar sem o salário porque as pessoas têm contas a pagar, e não há muitas pessoas que têm recursos financeiros para cobrir tudo”, afirmou. Os custos indiretos também se acumulam para prestadores de serviço do governo que não podem faturar horas durante uma paralisação.

Na paralisação de 16 dias em outubro de 2013, “é possível ver os impactos” em Washington e outras regiões com muitos funcionários públicos federais, disse Ellen Zentner, economista-chefe para os EUA do Morgan Stanley. Mas, quando se trata da economia como um todo, “é muito difícil perceber o impacto”, assinalou. Fonte: Dow Jones Newswires.

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