Os Estados Unidos e a União Europeia confirmaram neste domingo que o Irã e seis potências mundiais acertaram a forma como será implementado um acordo nuclear provisório anunciado em novembro. Os termos entrarão em vigor em 20 de janeiro. A data havia sido divulgada mais cedo pela agência estatal iraniana IRNA.
Segundo a IRNA, a agência da ONU para assuntos de energia atômica terá acesso às instalações nucleares do Irã para verificar se o país está cumprindo os termos do acordo.
A negociadora da UE, Catherine Ashton, disse em comunicado que foram lançadas as bases para uma implementação coerente do acordo. O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse que o acordo é um passo decisivo que permitirá novos progressos. Segundo o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, futuras negociações “representam a melhor oportunidade que temos para resolver essa importante questão de segurança nacional de forma pacífica e duradoura”.
Em novembro, o Irã concordou em limitar o enriquecimento de urânio a 5%, um nível normalmente adotado em reatores nucleares. O acordo também prevê que o país encerrará a produção e neutralizará seus estoques de urânio enriquecido a 20%, que tecnicamente poderiam ser convertidos em urânio para armas nucleares.
Em troca, as sanções econômicas contra o Irã seriam suavizadas por um período de seis meses. Durante esse período, Estados Unidos, Grã-Bretanha, China, França, Alemanha e Rússia continuariam negociando um acordo permanente com o país.
Segundo as potências ocidentais, o programa nuclear iraniano poderia resultar em armamentos. O Irã, no entanto, alega que seu programa tem fins pacíficos, como pesquisas médicas e geração de energia.
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que o acordo vai “ajudar em nosso objetivo de evitar que o Irã obtenha uma arma nuclear”.
“Não tenho ilusões sobre a dificuldade de alcançar esse objetivo, mas pelo bem da segurança nacional e da segurança mundial, agora é a hora de dar uma chance à diplomacia”, disse Obama em comunicado.
No entanto, legisladores norte-americanos estão propondo uma lista negra de vários setores industriais do Irã. Querem também impedir que bancos e outras empresas façam negócios no mercado norte-americano caso ajudem o Irã a exportar mais petróleo. Essas medidas só seriam adotadas se o Irã violasse os termos do acordo provisório ou se não houvesse um acordo permanente após o período de seis meses.
Obama disse que sanções inéditas e diplomacia dura ajudaram a trazer o Irã à mesa de negociações. O presidente, porém, alertou sobre o risco de mais sanções. Isso “apenas colocaria em risco nossos esforços para resolver essa questão de forma pacífica, e eu vetarei qualquer legislação que envolva novas sanções durante a negociação”. Fonte: Associated Press.