EUA e Rússia devem renovar acordo nuclear em março

Um novo tratado para redução do arsenal de armas nucleares estará pronto em março, para ser assinado por Estados Unidos e Rússia, afirmou hoje um legislador russo. Este acordo será o primeiro sobre o tema em 20 anos.

Mikhail Margelov, o chefe de assuntos externos da Câmara Alta do Parlamento russo, disse que Obama e Medvedev assinarão o tratado até o final deste trimestre. “Esta não é uma questão política, é uma questão técnica”, disse. “Estamos afinando e ajeitando os detalhes.”

A principal funcionária do governo Barack Obama para questões de controle de armas, a subsecretária de Estado Ellen Tauscher, disse que as conversações para um acordo que substitua o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start) de 1991, que expirou no começo de dezembro, estão “nas etapas finais”.

Em Moscou, o conselheiro de políticas externas de Medvedv, Sergei Prikhodko disse que “março ou abril é uma previsão realista”, segundo agências de notícias russas. Os dois lados dizem que vão respeitar o tratado Start, que expirou em 5 de dezembro, até que um novo seja assinado.

Tauscher não demonstrou nenhuma prontidão em abandonar a dissuasão nuclear norte-americana. “O desarmamento nuclear não é o Santo Graal”, disse ela. “Enquanto virmos o aumento das armas nucleares em outros países lembraremos que nosso poder de dissuasão não tem paralelo”.

Acordo renovado

No ano passado, autoridades norte-americanas e russas disseram que assinariam um novo tratado até o final de dezembro, mas as negociações se estenderam. Tanto Moscou quanto Washington querem chegar a um novo acordo o mais rápido possível para dar credibilidade a seus esforços para persuadir o Irã e a Coreia do Norte a abandonarem seus programas nucleares.

O Start exigiu que cada país reduzisse suas ogivas nucleares em um quarto, para cerca de 6 mil, e que implementasse procedimentos de verificação das reduções. O presidente Barack Obama e o presidente russo Dmitry Medvedev concordaram em julho em reduzir o número de ogivas nucleares de cada país para algo em torno de 1.500 pelo novo tratado.

Um dos problemas é a inclusão de escudos de defesas de mísseis no novo acordo. Se concluído, a nova resolução pode ser o mais rápido acordo de controle de armas já negociado desde o original, assinado em 1991. Um acordo interino negociado em 2002 não incluía suas próprias regras de verificação de reduções nucleares.

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