Chanceleres de Estados Unidos e Rússia anunciaram nesta quinta-feira (17) um acordo com uma série de concessões para reduzir a tensão na Ucrânia. O pacto foi recebido com desconfiança porque, horas antes, o presidente Vladimir Putin defendeu em entrevista a uma TV o “direito” de a Rússia invadir a Ucrânia se necessário.
Além dos chanceleres americano, John Kerry, e russo, Serguei Lavrov, estiveram na reunião representantes da União Europeia e da Ucrânia. Ficou estabelecido que os grupos pró-Rússia serão desarmados e os prédios públicos ocupados serão esvaziados. Kiev se comprometeu a anistiar todos os envolvidos e começar a redesenhar sua Constituição para dar mais autonomia às regiões do leste.
Diplomatas presentes à negociação ficaram com a impressão de que Moscou saiu vitorioso. O acordo, por exemplo, não pede a devolução da Crimeia nem cita o território anexado. Kerry negou publicamente que Washington tenha desistido de protestar contra a anexação.
A reportagem apurou que o entendimento só foi obtido depois que Moscou recebeu a promessa de que a Ucrânia não será automaticamente integrada à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A aliança militar anunciou recentemente o aumento de suas forças no Leste Europeu, em apoio a Kiev. “Existe uma neutralidade política e militar na Ucrânia, hoje. Se isso mudar, vai minar nossos esforços de estabelecer uma parceria e encontrar uma solução para a crise”, alertou Lavrov. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.