EUA e Brasil não têm de concordar em tudo, diz subsecretária

O presidente americano, Barack Obama, e a secretária de Estado, Hillary Clinton, reconhecem como parceiros estratégicos “os novos atores globais surgidos na região, algo que às vezes não tem a merecida atenção aqui nos EUA”.

A opinião é da subsecretária para Assuntos Hemisféricos dos EUA, Roberta Jacobson, que citou exclusivamente Brasil e Canadá como esses atores emergentes. Ela ocupa o principal posto para a América Latina no Departamento de Estado e deu palestra hoje, em Nova York, no Council of the Americas.

Questionada pelo moderador se algumas posições brasileiras em política externa não causavam mais tensão que parceria, ela disse que a relação ocorre “em pé de igualdade” e que “não quer dizer que tenhamos que concordar em tudo”. “Seria uma caricatura.”

“As relações são maduras e beneficiam os dois lados. O que o Brasil traz para a mesa é demonstrar ao continente os beneficios de uma democracia multipartidária e multiétnica, com engajamento econômico global. Tem relações na América do Sul que são positivas para os dois lados, mas também para os EUA”, afirmou.

a por um empresário na plateia se a redução de tarifas elétricas no Brasil não seria um intervencionismo parecido às nacionalizações na Argentina, ela disse que “ainda está por se ver se o que acontece na Argentina influencia outros países, mas disse que abertura econômica e menos protecionismo são sempre mais benéficos”.

Sobre a facilitação de viagens de americanos à Cuba iniciada no governo Obama –e que atrasou a sua confirmação no cargo, por oposição do senador republicano Marco Rubio, de origem cubana– ela disse que é preciso se diferenciar o governo cubano do povo cubano. “Facilitamos viagens com propósito humanitário, familiar, de cooperação cultural, científica, e mesmo as remessas de divisas para familiares, não é turismo.”

Ela disse que ainda está por se ver como será implementada o fim das permissões para se viajar ao exterior em Cuba e disse que o diálogo entre os dois países depende bem mais “do lado cubano”.

Ela disse que o governo americano deseja pronta recuperação ao presidente venezuelano Hugo Chávez e se mostrou otimista com o novo governo mexicano. “Em dez anos que viajo ao México, nunca vi tanto otimismo, é o momento deles. A equipe de transição do presidente Peña Nieto era toda mais jovem que eu, têm em média 45 anos, não são os avôs do antigo PRI.”

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