A Secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, reúne-se hoje com ministros de relações exteriores árabes para discutir a retomada das negociações de paz entre Israel e os palestinos. Ela também busca remediar o mal-estar gerado por suas declarações elogiosas à proposta de Israel de limitar, em vez de suspender, a construção de assentamentos em Gaza.
Hillary deve se reunir primeiro com o ministro das Relações Exteriores do Marrocos, Taieb Fassi Fihri, antes de voar para a cidade de Quarzazate, para uma audiência com o Rei Mohammed VI. Em seguida, ela retorna para Marrakech para conversas com ministros de várias nações do Golfo Pérsico.
A secretária de Estado também deve se encontrar separadamente com o ministro saudita das Relações Exteriores, o Príncipe Saud al-Faisal. Faisal tem rejeitado os apelos dos Estados Unidos por uma melhora nas relações com Israel, alegando que o Estado judeu não está interessado em um acordo.
Após assumir a presidência, em janeiro, o presidente Obama inflou as esperanças palestinas de progresso nas negociações para a criação de um estado palestino, considerando seu trânsito no mundo islâmico e uma posição firme a favor do congelamento total da construção de assentamentos judeus nos territórios palestinos. Após conseguir poucos avanços com os israelenses nos últimos meses, Hillary chamou o líder palestino Mahmoud Abbas para um encontro em Abu Dabi, no sábado, com o objetivo de convencê-lo a retomar as negociações com os israelenses. Abbas disse não, insistindo que Israel primeiro deve suspender a construção de assentamentos na Faixa de Gaza e no leste de Jerusalém.
Em uma entrevista coletiva junto do primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu em Jerusalém, no sábado à tarde, Hillary elogiou a oferta de Netanyahu de apenas interromper algumas construções, dizendo se tratar de um gesto sem precedentes. Os palestinos demonstraram profunda decepção com as palavras de Hillary, que sinalizaram um amolecimento da posição americana de exigir a suspensão completa da expansão dos acampamentos.
“Acredito que os Estados Unidos aceitam a continuidade das construções”, afirmou Ghassan Khatib, porta-voz do governo palestino, em uma rara desaprovação pública a Washington. “A retomada das negociações, apesar da expansão dos acampamentos, não ajuda, porque nós tentamos esse caminho muitas vezes”, afirmou Khatib.