EUA denunciam trabalho forçado no Japão

O Departamento de Estado dos EUA avaliou o Japão como nível dois em seu relatório anual sobre tráfico de pessoas. Isso significa que, para o governo norte-americano, o Japão é um sério violador dos direitos dos trabalhadores migrantes, estando no mesmo nível de países como Afeganistão, Índia e Iraque.

O relatório critica o que classificou como trabalho forçado por meio do Programa de Trainee Industrial e Estágio Técnico, o qual a administração de Shinzo Abe planeja ampliar na nova estratégia de crescimento.

O programa de trainee foi desenhado inicialmente para melhorar as habilidades técnicas e industriais dos trabalhadores estrangeiros. Mas críticos afirmam que ele tem sido usado por empresas japonesas para obter trabalho estrangeiro barato. Cerca de 73% dos trabalhadores desse programa vêm da China, com proporções menores do Vietnã, Indonésia, Filipinas e Tailândia.

Segundo o relatório norte-americano, divulgado em 20 de junho, alguns trainees pagam até US$ 7.300 a corretores por trabalho e assinam contratos que forçam o pagamento de milhares de dólares se o trabalhador quiser sair. O texto também diz que as empresas confiscam os passaportes dos trainees e outros documentos de identificação pessoal.

O estudo do Departamento de Estado dos EUA afirma que durante os estágios, os migrantes atuam em áreas que não ensinam nem desenvolvem habilidades técnicas, sendo que alguns deles não recebem salário algum, ou menos do que o prometido. O texto também critica falhas na regulação e afirma que o governo “não acabou com o uso do trabalho forçado com o programa”, sequer identificou alguma vítima, apesar de substanciais evidências.

Os EUA também criticam o tráfico sexual no Japão, acrescentando que os japoneses contribuem para aumentar a demanda do turismo sexual de crianças no sudeste asiático e na Mongólia.

A Agência de Cooperação Internacional do Japão não quis comentar imediatamente o relatório.

Os países avaliados em nível dois estão em uma categoria na qual os governos não alcançam os padrões mínimos estabelecidos nos EUA, mas que estão fazendo esforços significativos para melhorar o padrão. O Japão é avaliado nesse nível desde 2001, quando o relatório começou a ser publicado. No nível mais baixo, o três, há países como Síria, Rússia, Coreia do Norte e Irã. Fonte: Dow Jones Newswires.

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