O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, pressionou nesta quarta-feira os principais líderes civis e militares de Mianmar para permitir uma investigação independente sobre uma repressão contra os muçulmanos étnicos Rohingya que levou mais de 600 mil pessoas para o vizinho Bangladesh.

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Em uma coletiva de imprensa com Aung San Suu Kyi, que dirige o governo civil do país, Tillerson disse que estava “profundamente preocupado com relatos de atrocidades generalizadas cometidas pelas forças de segurança”. Uma investigação interna dos militares concluiu nesta semana que não ocorreram violações, provocando críticas de grupos de direitos humanos.

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Os refugiados que vivem em campos de Bangladesh compartilharam relatos terríveis de assassinatos, estupros e incêndios por parte das forças de segurança. As agências de ajuda temem que centenas de rohingyas estejam mortos, mas tem sido difícil de se confirmar a informação, porque Mianmar, anteriormente conhecida como Birmânia, negou o acesso de grupos internacionais de busca. Os grupos humanitários e sem fins lucrativos foram excluídos.

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Tillerson disse que seu governo ainda estava avaliando se a violência no estado de Rakhine era uma limpeza étnica, um termo que a ONU e alguns líderes ocidentais também usaram. Ele disse que as ações tinham “uma série de características” de crimes contra a humanidade.

“A resposta de Mianmar a esta crise é fundamental para determinar o sucesso de sua transição para a democracia”, disse o Tillerson durante sua breve visita ao país do Sudeste Asiático.

O governo de Suu Kyi, que assumiu o cargo em 2016, após décadas de governo dos militares. Mas ela não condenou a violência, decepcionando muitos que apoiaram seu Prêmio Nobel da Paz durante suas décadas de oposição ao domínio militar.

Suu Kyi disse nesta quarta-feira que teve cuidado com suas palavras para evitar incitar as tensões entre os rohingyas e os budistas, que devem viver juntos no estado de Rakhine. As relações entre as duas comunidades têm sido tensas e muitos budistas locais se opõem ao retorno dos refugiados. Eles veem os rohingyas como estrangeiros que estão usurpando suas terras e ameaçando suas vidas.

Fonte: Dow Jones Newswires