Às vésperas da reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Lisboa, os Estados Unidos buscavam ontem evitar que as críticas feitas no fim de semana pelo presidente afegão, Hamid Karzai, às operações militares americanas no Afeganistão se transformem em uma nova crise. Autoridades afegãs haviam agido no mesmo sentido anteontem.

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No fim de semana, Karzai, em entrevista ao jornal americano Washington Post, criticou as operações noturnas dos EUA contra militantes do Taleban e da Al-Qaeda e acrescentou que estas ações estavam minando a credibilidade de suas tropas.

O general David Petraeus, principal comandante americano no Afeganistão, teria ficado irritado com a declaração do presidente afegão. Segundo Karzai, os americanos precisam reduzir o repúdio da população afegã às suas operações, o que contribui para fortalecer o Taleban.

O secretário da Defesa, Robert Gates, afirmou em um encontro com o Conselho Editorial do diário Wall Street Journal que não existem “diferenças nas estratégias dos EUA e do Afeganistão”. “Nós continuaremos sendo parceiros dele (Karzai) neste conflito.” Segundo ele, “as declarações de Karzai refletem a impaciência de um país que está em guerra há 30 anos”, acrescentando ao atual conflito a luta contra a invasão soviética nos anos 80 e as disputas civis ao longo da década seguinte.

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“O problema é que não podemos chegar ao nosso objetivo amanhã. E eu acho que Karzai entende esta realidade e o que precisamos fazer para o Afeganistão chegar a este ponto” em que o papel das tropas americanas será reduzido.

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