O Uruguai é um país de "gordinhos, velhos e sedentários", resumiu a ministra da Saúde, María Julia Muñoz, após ser divulgada a primeira pesquisa de fatores de risco de doenças crônicas no país.
O estudo revelou que apenas 1,3% da população, aproximadamente 3,2 milhões, mantêm uma conduta saudável e que hábitos como o fumo, o consumo excessivo de álcool, o sedentarismo e a má alimentação estão aumentando. A pesquisa foi realizada com mais de duas mil pessoas entre 25 e 65 anos em oito cidades do país e verificou que são essas condutas negativas que acarretam doenças cardiovasculares, pulmonares crônicas, renais, câncer e diabetes, patologias que constituem a principal causa de morte no Uruguai.
"Na população adulta de nosso país apenas 1,3% não apresentam fator de risco", enfatizou ao apresentar o informe Jorge Basso, diretor nacional da Saúde.
Se não forem modificados esses números "inexoravelmente vamos ter um aumento de doenças crônicas que hoje em dia já atingem 70% da morbidade", advertiu Basso. "A mudança de hábitos e de condutas não pode partir apenas da conscientização do corpo médico e do cidadão na relação com seus serviços de saúde", refletiu a ministra.
Sobre o consumo de cigarros, o estudo refletiu que 32,7% dos adultos fumam diariamente e que são significativamente mais homens que mulheres; assim como o consumo excessivo de álcool. O Uruguai mantém uma estrita legislação sobre o tabaco e o país foi declarado "livre do fumo" após uma campanha proposta pelo presidente Tabaré Vázquez, que é médico oncologista.
Mais de 71% da população adulta também consomem bebidas alcoólicas, ou seja, os entrevistados beberam algum líquido de teor alcoólico nos últimos 30 dias. Sobre o sedentarismo, 30% apresentaram um baixo nível de atividade física e resultados ainda preliminares indicaram que 60% têm sobrepeso e 23%, problemas de obesidade.
Além disso, 85% dos adultos entrevistados comem menos de cinco porções de frutas, verduras e hortaliças por dia, um nível muito abaixo do que requer uma dieta saudável. Montevidéu, Florida, San Carlos, Paysandú, Rivera, Las Piedras, Carmelo, Tacuarembó e Salto foram os departamentos (províncias) onde o estudo, com base nos parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi realizado.
