Estudo indica que eletricidade de biomassa polui menos

Queimar biomassa (matéria orgânica) para produzir eletricidade é mais vantajoso do que transformá-la em etanol – pelo menos do ponto de vista climático, segundo um grupo de pesquisadores da Califórnia. Em um estudo publicado hoje na revista Science, eles comparam as emissões de gases do efeito estufa e a quilometragem produzidas em dois cenários: o de carros movidos a bioeletricidade (obtida pela queima de biomassa em uma caldeira) ou a bioetanol (obtido pela fermentação e refino de matéria orgânica).

Os resultados indicam que é possível produzir mais energia e emitir menos carbono de uma mesma quantidade de biomassa se ela for convertida em eletricidade do que em combustível líquido. Em média, teoricamente, um carro elétrico conseguiria rodar 81% mais quilômetros do que um carro movido a etanol e, ainda assim, a redução das emissões seria 108% maior em comparação com a de um carro movido a gasolina.

Não foram levadas em conta questões econômicas, como o custo dos carros elétricos ou da produção de etanol celulósico (um processo viável do ponto de vista tecnológico, mas ainda inviável do ponto de vista econômico). As principais fontes de biomassa avaliadas foram o milho e a “switchgrass”, um capim das pradarias americanas. Os resultados são importantes para os EUA, que produzem etanol de milho, mas têm poucas implicações para o Brasil, que produz etanol de cana-de-açúcar – uma cadeia energética muito mais eficiente. A cana não é mencionada no estudo.

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