Estudo confirma função terapêutica da maconha

Os medicamentos derivados da maconha passaram com sucesso em testes científicos realizados no Reino Unido, e estão prontos para venda sob prescrição médica para pacientes de esclerose múltipla, informou a empresa farmacêutica GW. Segundo a pesquisa da GW, os medicamentos a base de cannabis “mostraram ser muito úteis para reduzir a dor em pacientes que sofrem de esclerose múltipla”.

A companhia usará os resultados dos testes para pressionar o governo britânico e permitir a venda dos remédios derivados de maconha para as vítimas dessa doença. “Os resultados foram melhores que o esperado. Agora, queremos que o governo nos permita iniciar a produção em grande escala do remédio, que poderá ser prescrito já no próximo ano por médicos de todo o país aos doentes com esclerose múltipla”, declarou Geoffrey Guy, diretor-executivo da GW.

Os testes, nos quais participaram 350 pacientes, mostraram uma redução significativa nas dores sofridas pelos doentes que tomaram o remédio derivado da cannabis, que será fabricado como spray para usar sob a língua. A notícia foi recebida com interesse pelos grupos a favor do uso medicinal da maconha.

Um porta-voz da Fundação para a Pesquisa da Cannabis Medicinal disse que a entidade apoiará os esforços para liberar o remédio. Segundo o grupo, cerca de 10% dos doentes com esclerose múltipla do país decidiram fumar maconha para diminuir as dores, mas, de acordo com a legislação atual, podem ser multados pelas autoridades.

“Muitos pacientes que usam atualmente a droga podem ser multados pela polícia. Por esse motivo, é essencial que a legislação seja mudada para que o remédio possa ser vendido sob prescrição médica”, declarou o porta-voz.

A Sociedade Britânica para a Luta contra a Esclerose Múltipla comentou por sua vez que as experiências da GW são um grande avanço para reduzir a dor entre os pacientes. “Esperamos que a descoberta ajude o governo a entender que o uso dos medicamentos a base de cannabis constitui uma ajuda essencial e segura para os que sofrem de esclerose”, informou a entidade.

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