Produtores rurais e transportadores continuavam bloqueando estradas em diferentes pontos do país no marco de um novo locaute das câmaras agropecuárias, enquanto se agrava o desabastecimento de alimentos básicos e combustíveis.
Os protestos aconteciam especialmente em estradas das províncias de Buenos Aires e Santa Fé, as mais ricas do país, em meio ao conflito desencadeado pelo aumento das retenções (impostos) sobre as exportações de grãos.
"Há manifestações em seis estradas bonaerenses" que impedem a passagem de "caminhões com gado em pé e cereais", disse o Ministério da Segurança provincial.
Em Santa Fé, os cortes ocorriam em vários pontos da província; a maioria dos postos de combustível da capital provincial não fornecia combustíveis.
Ainda mais, escasseavam nos supermercados produtos como lácteos, óleos, verduras, carnes e farinhas, segundo a agência DyN.
A situação se repetia em outras províncias, segundo informes de imprensa.
Enquanto isso, governadores governistas promoveram uma convocatória ao diálogo entre o governo e as câmaras agropecuárias, após novos "cacerolazos" ocorrido ontem em apoio ao campo, que completa nesta terça-feira (17) 98 dias de luta contra o aumento das retenções (impostos) sobre as exportações de grãos.
A iniciativa de governadores do peronismo, o partido da presidente Cristina Fernández de Kirchner, foi conhecida depois de uma convocatória de organizações sociais e prefeitos governistas a um ato massivo de apoio ao governo na quarta-feira na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, que busca se contrapor a uma mobilização prevista por produtores.
A gestão dos governadores se tornou pública depois de novos e ruidosos "cacerolazos" em bairros de classe média da capital e nas principais cidades do interior do país, assim como em localidades onde o locaute do campo causou desabastecimento de combustível e alimentos depois do corte de estradas. Na Plaza de Mayo, diante da casa de governo, em pleno centro da capital, reuniram-se grupos governistas para "defender" o governo.
Para a quarta-feira (18) está prevista uma Jornada Nacional de Protesto organizada pelas câmaras agropecuárias, data em que se cumprem 100 dias de conflito.