Os estoques de alimentos no mundo estão em seus níveis mais baixos nos últimos 30 anos. O alerta foi feito nesta terça-feira (1) pela Organização das Nações Unidas (ONU), que destaca que a demanda tem sido superior à produção diante do crescimento de países como China e Índia, além dos custos de transporte e o impacto do etanol. Nesse cenário, a tendência de baixos estoques indica a manutenção dos altos preços das matérias-primas (commodities) nos próximos meses, o que garantirá uma renda elevada para os exportadores de produtos agrícolas.

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Para a ONU, porém, essa realidade não apenas é positiva para os exportadores, mas corre o risco de gerar uma maior fome no mundo. "As reservas de alimentos estão em seus níveis mais baixos nos últimos 30 anos e a volatilidade dos mercados é extrema", alerta o Programa Mundial de Alimentos da ONU.

"A alta nos preços dos alimentos está gerando o que estamos chamando de a nova face da fome. Ou seja, pessoas que de repente não podem mais pagar por seus alimentos", alerta a ONU. O problema não seria a falta dos produtos nas prateleiras em muitos casos. Mas a falta de recursos para adquiri-los.

Segundo a ONU, os que mais sofrem são os miseráveis, que vivem nas grandes cidades. Algumas famílias chegam a gastar 80% do que ganham hoje para apenas comprar alimentos. Hoje, cerca de 854 milhões de pessoas estão mal-nutridas. O pior, segundo a entidade, é que até 2025 o mundo terá mais 1,6 bilhão de pessoas o que deve criar um problema ainda maior de alimentação se os preços foram mantidos nos atuais níveis. Na América Latina, as piores situações estão na Guatemala e El Salvador.

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