Depois de o Irã realizar testes com mísseis, alguns de longo alcance, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, e o secretário de Defesa, Robert Gates, disseram que os testes eram mais uma evidência da necessidade de um sistema de defesa aéreo no leste europeu. Rice mais tarde endureceu o discurso, advertindo o Irã de que os EUA não recuarão diante de ameaças iranianas a Israel.
Apesar disso, Washington atribui ainda um forte papel à diplomacia, inclusive negociações diretas com Teerã, como forma de evitar que o país construa armas nucleares.
O subsecretário de Estado William J. Burns afirmou que os EUA estão dispostos a usar "todos os mecanismos diplomáticos". A declaração foi uma resposta ao senador Joseph Biden, que pediu negociações diretas entre os países. Porém, Burns também enfatizou que os norte-americanos não descartam "a força como uma opção, mas só como último recurso".
O secretário Gates disse não ser possível afirmar se os testes iranianos mostram uma capacidade maior do que a já conhecida pelos EUA. Mas disse que os exercícios eram uma resposta aos russos, para os quais os iranianos não teriam um míssil de longo alcance nos próximos dez ou 20 anos. Moscou se opõe ao sistema antimísseis planejado pelos EUA na Europa, vendo nessa iniciativa uma ameaça.
Os Estados Unidos oferecem, junto com outras nações, um pacote de incentivos ao Irã para que ele encerre seu programa de enriquecimento de urânio. Os países temem que Teerã busque construir armas nucleares – o que o governo iraniano nega, alegando só ter fins pacíficos, como a produção de energia elétrica.
Caso suspenda seu programa de enriquecimento de urânio, o Irã teria acesso a combustível nuclear para fins civis, assistência agrícola e intercâmbio de estudantes, apontou Burns.