Oriente médio

Estado Islâmico é ‘ameaça global’, diz ministro iraniano

Os extremistas sunitas do grupo Estado Islâmico não podem ser derrotados com os bombardeios ocidentais, disse nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif. Em depoimento ao Conselho de Relações Exteriores em Nova York, Zarif afirmou que a melhor coisa que a coalização liderada pelos Estados Unidos pode fazer é interromper um fluxo de apoio financeiro que chega até os insurgentes.

Ele disse que o Irã não confia na vontade norte-americana de combater o Estado Islâmico na região. Segundo o ministro, o grupo “não será erradicado por bombardeios aéreos”. A ameaça imposta pelos extremistas, ele afirmou, não está contida apenas no Iraque e na Síria e seria uma “ameaça global”.

Zarif disse que os EUA não conseguirão combater o regime do presidente Bashar Assad e o Estado Islâmico simultaneamente na Síria. Segundo ele, o Irã não hesitou ao oferecer ajuda ao Iraque quando o grupo militante expandiu seu controle sobre partes do território, mas alertou que nem Teerã nem os países ocidentais devem enviar tropas para o país. “As forças estrangeiras não serão capazes de destruir essa ameaça”, ele disse.

Sobre as negociações para um acordo nuclear no Irã, o ministro afirmou que está disposto a alcançar uma resolução final com as seis maiores potências do mundo. Ele disse que os iranianos não aceitariam uma decisão que durasse 10 ou 15 anos. “Mas estou disposto a viver com menos”, acrescentou.

De acordo com Zarif, se Teerã concordar em dar para a agência nuclear da Organização das Nações Unidas acesso à base militar de Parchin, onde autoridades ocidentais acreditam que o Irã está conduzindo testes relacionados com o desenvolvimento de armas atômicas, essa busca teria que ser limitada. Ele afirmou que o país já permitiu que a Agência Internacional de Energia Atômica visitasse Parchin duas vezes.

O Irã insiste que seu programa nuclear tem fins puramente pacíficos. O país negocia com EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China para chegar a um acordo nuclear que limite significativamente as atividades atômicas futuras de Teerã. Em contrapartida, as sanções internacionais contra os iranianos seriam suspensas. Fonte: Dow Jones Newswires.

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