Estado de exceção não diminuirá crimes, diz Paraguai

Nos 30 dias de vigência do estado de exceção em cinco Departamentos (Estados) paraguaios será impossível reduzir a criminalidade ou capturar membros de um grupo guerrilheiro, afirmou hoje o ministro de Comunicação do Paraguai, Augusto Dos Santos. Um dos departamentos atingidos é Amambay, cuja capital é Pedro Juan Caballero, fronteiriça com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.

Em Pedro Juan Caballero, policiais e promotores não tinham ainda pistas precisas sobre os autores do ataque sofrido pelo senador da situação Roberto Acevedo. O parlamentar foi ferido no braço e um guarda-costas e um motorista morreram no atentado a tiros da segunda-feira. A promotora Lourdes Peña informou que dois brasileiros foram detidos na cidade por suposto envolvimento com o crime.

Acevedo chegou a dizer ontem que pretendia abandonar a cidade por causa da violência. Depois, afirmou que “não abandonarei Pedro Juan Caballero, porque representaria uma vitória dos criminosos”. O senador disse que ficará atendendo a um pedido “de minha mãe e do povo que votou em mim”.

Mil soldados do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, além de agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e policiais, realizam atividades nos departamentos de Amambay, Concepción, San Pedro, Villa Hayes e Alto Paraguay. Até por volta do meio-dia, não havia sido preso nenhum suspeito.

O estado de exceção vale desde domingo e foi ordenado pelo presidente Fernando Lugo, com o apoio do Congresso. A medida tem como meta capturar integrantes do grupo Exército do Povo Paraguaio (EPP), que se dedica há dois anos a sequestros e ataques contra policiais e militares. Informes da inteligência paraguaia afirmam que cerca de 25 combatentes do EPP estão nas florestas do país.

“É impossível que em trinta dias diminua a criminalidade”, disse Santos em encontro com jornalistas em Concepción, 420 quilômetros ao norte de Assunção. Na capital, Lugo se reúne com governadores para avaliar os primeiros dias da operação de segurança. O ministro disse que o governo “deseja devolver um clima de segurança à população e realizar a busca (de membros) do EPP e de outros delinquentes”.

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