Espanhol é condenado a 4 anos por morte de dissidente

A Justiça de Cuba condenou hoje o espanhol Ángel Carromero a quatro anos de prisão por homicídio culposo no caso do acidente que terminou com a morte do dissidente Oswaldo Payá, em 22 de julho.

O veredicto foi informado em nota oficial publicada pelo portal Cubadebate. Dirigente da juventude do Partido Popular da Espanha, Carromero, 27, dirigia o carro em que viajava com Payá rumo a uma reunião quando perdeu o controle do veículo e bateu em uma árvore.

Ele estava preso em Cuba desde que saiu do hospital, no início de agosto, e foi julgado em 5 de outubro pelo tribunal de Bayamo, na Província de Granma. A audiência reuniu grupos de dissidentes famosos, sendo que alguns deles foram presos, como a blogueira Yoani Sánchez e o ativista Guillermo Fariñas.

A pena foi menor que a pedida pela promotoria, que esperava uma condenação de sete anos, enquanto a defesa pediu a absolvição. A decisão ainda pode ser impugnada após recurso de cassação ante à Sala do Tribunal Supremo Popular.

Acidente

Além de Payá, morreu no acidente Harold Cepero, que também pertencia ao mesmo grupo do dissidente, o Movimento Cristão de Libertação.
O outro passageiro do carro era o sueco Jens Aron Modig, líder da Juventudes Democratas Cristãs do país, que sofreu ferimentos leves e foi autorizado a sair da ilha em agosto.

Na versão oficial, as causas do acidente foram excesso de velocidade e erros de direção de Carromero. A defesa argumenta que a falta de sinalização e as condições da estrada, que estava em obras, provocaram a colisão.

Dois filhos do dissidente questionaram a versão oficial e acusaram outro veículo de ter fechado o carro onde estava Payá, mas o ministério não informou nenhuma intervenção na colisão.

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