Agentes de imigração da Espanha barraram a entrada de 30 brasileiros no país. Passageiros do vôo 6024 da Iberia, que partiu às 20 horas de terça-feira do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, foram isolados em uma sala do Aeroporto de Madri às 9 horas, após o desembarque. Segundo relato de dois pós-graduandos do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) a parentes no Brasil, eles não receberam informações sobre a recusa de entrada e estavam sem comer e beber água havia dez horas.
O embaixador espanhol em Brasília, Ricardo Peidró, será chamado ao Itamaraty e ouvirá do secretário-geral das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, que essas atitudes prejudicam a imagem da Espanha no Brasil. O governo considera a possibilidade de começar a negar a entrada de espanhóis, depois desse endurecimento na liberação de brasileiros.
A informação da retenção chegou ao embaixador do Brasil em Madri o ex-ministro da Defesa José Viegas Filho, por volta de 21 horas (17 horas em Brasília), quando os escritórios do governo espanhol já estavam fechados. Viegas deverá manifestar ao chefe de gabinete do chanceler espanhol, Miguel Angel Moratinos, a insatisfação do Brasil.
O cônsul-geral em Madri, Gelson Fonseca, pediu à delegacia de imigração que liberasse os brasileiros, mas o pedido foi negado. Os policiais afirmaram, no entanto, que os brasileiros causavam desordem no aeroporto. Para os policiais, os estudantes não tinham provas da viagem para Lisboa, onde participariam de um congresso científico. Argumentaram também que eles estavam com 250 euros cada um, quando, pelas regras, os passageiros têm de ter, no mínimo, 70 euros para cada dia de estada.
Os estudantes, que continuavam isolados até as 23h30 de ontem, têm volta prevista para o dia 17. Em 2007, a Espanha impediu a entrada de 3 mil brasileiros. Até as 22 horas de ontem, a Embaixada da Espanha no Brasil não havia conseguido informações com autoridades de Madri.