O governo espanhol vai impor grandes perdas aos investidores dos bancos nacionalizados e vai contratar conselheiros externos para ajudá-lo a gerenciar os ativos dessas instituições, no mais recente esforço para reformar o setor financeiro do país, afetado por um colapso provocado por um boom imobiliário de uma década.

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Os termos de reestruturação anunciados pelo Fundo Ordenado de Reestruturação Bancária (FROB, na sigla em espanhol) vão impor perdas de até 61% nos maiores bancos nacionalizados da Espanha. No Bankia, o maior desses bancos e o único negociado publicamente, os acionistas vão ser quase que eliminados e os donos de títulos menos relevantes vão perder em torno de 30% de seus investimentos originais. No mês passado, o FROB disse que os acionistas preferenciais do Banco de Valência, o melhor banco nacionalizado, encararam perdas de 90%.

O FROB decidiu contratar a consultoria McKinsey e o banco de investimento Nomura International como conselheiros, de acordo com pessoas próximas a essa discussão. Representantes das duas instituições não foram imediatamente encontradas para comentar a decisão.

Forçar os detentores de ações e de títulos a arcar com o custo de reestruturação de cinco bancos nacionalizados é tema que impõe um custo político ao governo do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, mas está entre as exigências impostas pela União Europeia para o pacote de resgate. A decisão de pedir conselho para estabelecer uma estratégia de longo prazo para esses credores veio depois de o FROB ter fracasso numa tentativa de vender um desses bancos, o Banco da Catalunha.

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De acordo com os requisitos da UE, os investidores terão perdas antes de as empresas recebem ajuda estatal, o valor nominal das ações Bankia será reduzido de dois euros (US$ 2,59) para 0,01 euro, o valor nominal das ações preferenciais e dívida subordinada será reduzida de 6.911 bilhões de euros para 4,841 bilhões de euros, anunciou o FROB. As informações são da Dow Jones.