O governo espanhol exigiu ontem que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, afaste Arturo Cubillas de suas funções no Ministério da Agricultura da Venezuela. Cubillas é suspeito de ligações com a organização separatista basca ETA e de atuar como uma espécie de “embaixador” do grupo na Venezuela. Uma de suas atividades seria o treinamento de terroristas, segundo as investigações feitas pela Justiça na Espanha.

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O governo espanhol já disse que não acredita que o governo venezuelano dê cobertura ao grupo terrorista. Mas, para Madri, parte de aliados de Chávez seria mais radical que o próprio presidente e, portanto, poderiam ter ligações com a ETA. Segundo o jornal de Madri El País, o pedido dos espanhóis é para que Cubillas – que tem nacionalidade venezuelana e espanhola – deixe de ser o chefe de segurança do Instituto Nacional de Terras, entidade responsável pelas expropriações de fazendas na Venezuela.

A principal acusação contra Cubillas é a de ter auxiliado no que ficou conhecido como “Vacaciones borroka”. Trata-se de períodos no ano em que vários membros do ETA teriam viajado para a Venezuela para participar de cursos e treinamentos de guerrilha, ao lado de membros da Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). As informações foram passadas à Justiça por supostos terroristas presos na Espanha. Pelas investigações, Cubillas teria usado suas relações com a polícia venezuelana para garantir que seus “convidados” pudessem viajar pelo país com liberdade.

Já o governo venezuelano prometeu que investigaria Cubillas. Mas não deu nenhuma indicação de que isso significaria seu afastamento. A garantia foi dada em uma conversa telefônica mantida na quarta-feira entre o chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos, e o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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