A Espanha prepara uma forma de proteção legal para o rei Juan Carlos quando ele abdicar do trono em favor de seu filho. Quando o Príncipe Felipe tomar posse como chefe de Estado, na quinta-feira – ele vai se tornar Felipe VI – Juan Carlos perderá a proteção legal que tem tido desde que se tornou rei, em 1975.
O vice-Primeiro-Ministro Soraya Saenz de Santamaria diz que a nova isenção legal deveria defender Juan Carlos, que na aposentadoria manterá o título de rei, de investigações legais. Qualquer caso legal envolvendo o rei seria examinado pela Suprema Corte, que tem um tolerância muito maior para as provas.
A imunidade do rei Juan Carlos deteve, em 2012, duas ações que procuravam fazer o rei passar por dois testes de paternidade.
Juan Carlos tornou-se rei dois dias após a morte do ditador Francisco Franco, que o havia nomeado como seu sucessor. Ele ganhou apoio popular ao rejeitar uma tentativa de golpe em 1981, garantindo assim uma transição suave para a democracia. Mas a sua popularidade nos últimos tempos tem sido abalada por escândalos envolvendo ele e sua família.
Juan Carlos provocou a ira popular por fazer uma viagem secreta a Botswana, para caçar elefantes, em 2012, no auge da crise financeira da Espanha.
A posição da monarquia também foi atingida por uma investigação criminal sobre o genro do rei, Inaki Urdangarin, por suspeita de desvio de grandes quantidades
de dinheiro. A filha mais nova de Juan Carlos, princesa Cristina, foi obrigada a
depor como suspeita em um caso de fraude e lavagem de dinheiro que visava seu marido.
Em discurso no Natal 2012, Juan Carlos tentou distanciar-se do escândalo, dizendo que “justiça é igual para todos”. Agora, alguns políticos, como Pedro Sanchez, do Partido Socialista, de oposição, dizem que Juan Carlos deve permanecer sob aquelas palavras e permitir que sua imunidade seja eliminada.
Fonte: Associated Press