Foram presos nesta quarta-feira (21) o suposto líder do ETA (sigla para Euskadi Ta Askatasuna, ou Pátria Basca e Liberdade), Francisco Javier López Peña, e outros três suspeitos de serem altos líderes do grupo separatista basco. O presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, disse hoje que a prisão de Peña foi "um passo a mais, sem dúvida importante, nessa vitória da democracia sobre o terror". O ETA vinha realizando ataques desde que encerrou um cessar-fogo unilateral, no final de 2006.
As polícias francesa e espanhola prenderam os quatro homens em um apartamento em Bordeaux. Duas outras pessoas foram presas hoje, uma na Espanha e um cidadão francês, que estava na França e seria ligado ao apartamento em que estavam Peña e os outros suspeitos. Segundo a polícia francesa, armas e materiais que poderiam ser utilizados para a fabricação de bombas foram encontrados no local. "Não se trata de mais uma operação policial", disse o ministro de Interior da Espanha, Alfredo Perez Rubalcaba, no Senegal, onde está em visita oficial. Rubalcaba afirmou que "um dos detidos, Francisco Javier López Peña, é, no momento, provavelmente a pessoa com o maior peso político e militar no grupo terrorista ETA".
O ministro pensava em suspender a visita e voltar a Madri, fato que evidencia a importância da captura. Os outros três detidos no apartamento foram identificados como Ainhoa Ozaeta Mendiondo, Igor Suberbiola e Jon Salaberria. O escritório do primeiro-ministro francês, François Fillon, confirmou as prisões em comunicado. O texto qualificava Peña como um dos "dirigentes históricos" do ETA, buscado pela polícia há 20 anos. "O êxito dessa operação mostra novamente a excelente qualidade da cooperação antiterrorismo entre França e Espanha", expressou o documento. Segundo um porta-voz da polícia espanhola, Peña foi um dos principais responsáveis pelo fim da trégua do ETA no ano passado.