O governo agiu em três frentes para tentar resolver o impasse depois que cerca de 30 brasileiros ficaram retidos na quarta-feira (5) no Aeroporto de Madri-Barajas, na Espanha. O chanceler Celso Amorim emitiu uma dura nota oficial, o secretário-geral de Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, convocou o embaixador espanhol em Brasília e o embaixador do Brasil em Madri, José Viegas Filho, apresentou uma queixa na Chancelaria da Espanha. Depois disso, 20 brasileiros foram deportados, incluindo dois pesquisadores do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj).
Os pesquisadores só queriam fazer uma conexão para Lisboa para participar de um congresso da Associação Portuguesa de Ciência Política. Pedro Lima e Patrícia Rangel devem chegar nesta quinta-feira (6) ao Rio. Na nota, Amorim, que estava na República Dominicana, adverte que o Brasil estuda recorrer à "reciprocidade", o que, em linguagem diplomática, significa que poderá retaliar recusando a entrada de espanhóis no Brasil.
A maioria dos brasileiros barrados está na faixa etária entre 20 e 35 anos. Eles aguardam julgamento de seu caso por um juiz, assistidos por um advogado público. Se sua deportação é confirmada, têm de esperar que a mesma companhia na qual vieram tenha assento disponível no vôo de volta, e isso pode demorar dias. Eles ficam numa área isolada do aeroporto, com sala e quartos com beliches.