A vice-presidente de governo da Espanha, Soraya Sáenz de Santamaría, criticou hoje o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, por ter dito que não gostaria de seguir o caminho espanhol na crise financeira.
Perguntada sobre a declaração do americano, ela atribuiu a frase sobre o país ao desconhecimento da realidade espanhola, que disse ter potenciais.
Ela anunciou que o Executivo do país ibérico exibirá o esforço conjunto das administrações e dos cidadãos para contornar a crise econômica, que disse terem superado “momentos muito difíceis”.
“Nesse sentido, temos pouca inveja dos outros povos, incluindo o americano. Aqui temos muita capacidade, muita vontade de trabalhar. Fizeram muitos esforços e diminuímos muito a diferença per capita com o modelo americano”, disse.
A vice-premiê também lembrou o orgulho dos espanhóis por seu estado de bem estar. “A Espanha é um dos países que mais cresceram em renda per capita nos últimos 50 anos e tem algumas das melhores empresas do mundo”.
Ontem, o ministro de Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo, havia dito que as declarações do republicano não têm base na realidade.
Debate
A menção polêmica aconteceu anteontem no debate com o presidente democrata Barack Obama.
Na defesa de um Estado enxuto, Romney disse que não quer “seguir o caminho da Espanha” – que, diz, destina mais de 40% do Orçamento ao governo.
“A Espanha gasta 42% da sua economia total com o governo. Nós estamos gastando agora 42% da nossa economia com o governo”, afirmou Romney.
“Eu não quero seguir pelo caminho da Espanha. Eu quero seguir o caminho do crescimento, que põe os americanos para trabalhar, com mais dinheiro que entra porque estão trabalhando”, acrescentou.
O governo espanhol lida atualmente com uma dívida crescente e a maior taxa de desemprego da zona do euro. O presidente de governo Mariano Rajoy resiste a pedir um resgate financeiro à União Europeia apesar das dificuldades financeiras.