O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, chegará ao Equador na sexta-feira (18) para mediar o conflito com a Colômbia, depois do governo equatoriano ter anunciado que deixará de responder aos comunicados da Colômbia e ter acusado o governo colombiano de "mentiroso".
Quito afirmou que o governo do presidente Álvaro Uribe "ficou como mentiroso e até ridículo" ao negar-se a apresentar provas sobre as afirmações feitas sobre o presidente Rafael Correa. A chancelaria de Quito informou hoje que Insulza visitará o Equador como "parte de uma missão de bons ofícios" no cumprimento das disposições da resolução adotada em 17 de março pelos chanceleres da OEA após a incursão militar colombiana em território equatoriano.
O governo, através de um comunicado, indicou que "a fraternidade deve reinar entre os dois povos e o Governo do Equador não voltará a contestar nenhum novo pronunciamento do governo do presidente Álvaro Uribe Vélez". Através do comunicado, emitido após as 48 horas dadas pelo ministro da Defesa equatoriano para que a Colômbia provasse que Correa havia ordenado que as Forças Armadas não perseguissem as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Quito declarou que "o governo da Colômbia passou mais uma vez por mentiroso e até por ridículo, ao não conseguir provar sua temerária e absurda acusação".
"O presidente Álvaro Uribe demonstrou mais uma vez ao Equador, à Colômbia e ao mundo sua total falta de seriedade e convencimento de paz, ao ter rompido o compromisso de baixar as tensões, sob a intermediação do Centro Carter, na busca de chegar uma pronta retomada das relações bilaterais", expressou o governo através do comunicado. Além disso, indicou que Uribe "tenta confundir o povo colombiano com a inverdade de que o governo equatoriano apóia as Farc, quando a incapacidade para evitar o narcotráfico, os cultivos de droga, o paramilitarismo e a guerrilha, além da narcopolítica e a parapolítica está justamente de seu lado".
Indicou que esses problemas são "flagelos que ameaçam todo o continente e o planeta e que uma terra de paz como o Equador e um governo decente como o equatoriano, jamais existiu [na Colômbia]". Nesse sentido expressou que "a permissividade com a qual o narcoterrorismo e a guerrilha atuam na Colômbia, em cujo território as Farc mantêm reféns a cidadãos, "incluindo equatorianos, mostram a inconsistência de suas afirmações".
"Até quando, da Casa de Nariño [sede do Governo colombiano] se insiste em criar imaginários sem apresentar sustentação alguma, criando um discurso que caí e se desfaz em si mesmo, envergonhando a própria nação", indicou o comunicado.
O governo ratificou ainda "seu fraternal afeto ao povo colombiano" e lamentou a nova tensão entre ambos países.
"O Equador, a Colômbia e o mundo inteiro têm claro que não se pode crer absolutamente em um governo que tem mentido tanto e tantas vezes", disse.