Equador pode entrar com processo de indenização contra Colômbia

O governo do Equador pode iniciar ações para pedir à Colômbia uma indenização ou reparação pela morte do equatoriano Franklin Aisalla no ataque de 1º de março, cujo corpo foi enviado a Quito, informou hoje a chanceler María Isabel Salvador.
"Estamos esperando algum tipo de sinal da parte dos familiares para saber se têm interesse em avançar na busca de indenizações ou reparações, nós lhes daríamos o apoio que precisassem", disse María Isabel em declarações a Teleamazonas.

A chanceler não descartou que o governo inicie "algum tipo de ação" pela morte de Aisalla em território equatoriano, ato que qualificou como "ilegal". "A morte de um equatoriano em território equatoriano durante a incursão ilegal, reconhecida assim pela OEA (Organização dos Estados Americanos) e pelo próprio governo da Colômbia, em um ato ilegal por forças estrangeiras, é também ilegal", disse.

A chanceler disse ainda que "o Estado é obrigado a dar as garantias necessárias aos seus habitantes e o Equador deve garantir o devido processo ao assassino mais terrível, ao mais monstruoso criminoso". Nesse sentido, o presidente Rafael Correa insistiu ontem que a morte de Aisalla "não ficará impune" e disse que "nada justifica o assassinato de um equatoriano em solo equatoriano por forças estrangeiras".

O Ministério da Defesa do Equador confirmou que Aisalla era investigado desde 2002 pela Inteligência Militar, em razão de uma possível associação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O corpo do equatoriano chegou ontem à noite a Quito em um vôo comercial e foi levado ao Instituto Médico Legal, onde foi realizada a autopsia, e hoje será velado na capital.

Ao chegar, Guillhermo Aisalla, pai de Franklin, insistiu em negar que seu filho não tinha vínculos com as Farc. "Para mim é satisfatório que o ministro tenha declarado isso, para que acabem as investigações e se chegue à verdade, porque eu nego redondamente que meu filho tenha pertencido às Farc", disse.

Franklin, 38 anos, morreu no ataque colombiano em território equatoriano em 1º de março. O governo colombiano apropriou-se de seu corpo, junto ao do porta-voz e negociador da guerrilha, Raúl Reyes, e disse que se tratava do dirigente Julián Conrado. Segundo seus familiares, o homem não tinha vínculos com as Farc e atuava como chaveiro. Mas de acordo com a versão colombiana, ele fazia parte do grupo guerrilheiro.

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