O Equador espera restabelecer relações diplomáticas com a Colômbia em dezembro, afirmou hoje o presidente Rafael Correa, durante visita oficial a Tóquio. Correa disse à agência estatal de notícias Andes que “tivemos que romper as relações” em 2008, mas que ele espera restabelecê-las em dezembro, “ratificando uma vez mais que o conflito é da Colômbia, não do Equador”, referindo-se à luta entre as forças oficiais colombianas e a guerrilha.
“Não somos autores nem cúmplices, mas sim vítimas”, continuou Correa. Segundo ele, conveniências geopolíticas levaram à distorção da verdade e houve uma tentativa de vincular o Equador e seu governo à guerrilha colombiana, “porque não pudemos detectar um acampamento ilegal, quando eles têm 200”. O líder equatoriano acrescentou que “a guerra civil colombiana é um foco de instabilidade para a região”.
O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, destacou que estão previstas reuniões em setembro e outubro das denominadas comissões de assuntos sensíveis, de vizinhança e dos deslocados. “Na medida em que essas reuniões avancem com a dinâmica que esperamos, confiamos que as relações mútuas possam restabelecer-se em seu nível pleno”, afirmou o ministro.
O Equador rompeu relações com a Colômbia em março de 2008, após militares desse país atacarem um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que estava clandestinamente instalado no Equador. Morreram na ação o líder do grupo Raúl Reyes e outras 24 pessoas. O Equador denunciou a violação de sua soberania, mas no fim de 2009 os vínculos se restabeleceram no grau de encarregados de negócios, situação mantida até hoje.