As relações diplomáticas entre Equador e Colômbia se encontram “em ponto congelado”, disse o ministro de Relações Exteriores equatoriano, Fander Falconí, em entrevista ao jornal El Comercio, na edição desta terça-feira (10). Além disso, ele reconheceu que essa situação não deve mudar no curto prazo. “Descartamos o diálogo com a Colômbia”, afirmou.
Falconí reconheceu que “não é saudável” que as relações estejam por mais de um ano interrompidas. Porém, o ministro apontou que o Equador mantém “relações profundas com o povo colombiano através do comércio, investimento”. “Não é um clima propício para nenhum dos países ter uma ruptura, apesar disso as decisões do Equador estão plenamente justificadas”.
O Equador rompeu relações com a Colômbia em 3 de março de 2008, dois dias depois de uma operação militar colombiana em território equatoriano, sem autorização. Na ação morreram Raúl Reyes, líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e 24 pessoas. O Equador denunciou o ataque como uma agressão a sua soberania e por isso rompeu as relações diplomáticas. Para o ministro, os pedidos de desculpas do governo Álvaro Uribe foram importantes, “mas não suficientes”.
Falconí condenou as declarações recentes do ministro de Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, de que seu país tinha direito de atacar inimigos dentro ou fora do território colombiano. Para o ministro equatoriano, essa visão é um retrocesso pois “abre a possibilidade de se realizar uma intervenção extraterritorial”.