A declaração da embaixadora dos Estados Unidos no Equador como “persona non grata” é “absolutamente justificável”, disse hoje o ministro das Relações Exteriores equatoriano, Ricardo Patiño. Ontem, o governo local pediu que a embaixadora norte-americana Heather Hodges deixe o país o mais rápido possível.
O Equador reagiu a um documento vazado pelo site WikiLeaks, segundo o qual haveria supostamente corrupção disseminada pela polícia equatoriana e o presidente do país saberia do problema. Patiño disse que as alegações nos documentos diplomáticos são muito sérias. “Nós não agimos duramente, mas com orgulho e dignidade”, afirmou.
Segundo o ministro, provavelmente haverá consequências, mas “a honra do presidente vale mais”. Patiño disse que o documento era uma evidência de “um interesse não sadio de desacreditar o governo (equatoriano)”. Exportadores do Equador advertiram que os EUA podem não renovar tarifas preferenciais de comércio, mas Patiño disse que isso por enquanto é apenas pura especulação.
O telegrama diplomático revelado pelo WikiLeaks diz que a embaixadora norte-americana alegou que o presidente equatoriano, Rafael Correa, nomeou um ex-comandante de polícia, general Jaime Hurtado Vaca, sabendo que ele era corrupto, com o objetivo de manipulá-lo. Hurtado Vaca foi chefe de polícia entre abril de 2008 e meados de 2009.
Ontem, o Departamento de Estado norte-americano qualificou a expulsão como injustificada. Patiño disse que a diplomata não foi expulsa, apenas recebeu um pedido para que deixasse o país o mais rápido possível. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.