Equador confirma reunião de chanceleres de Unasul e Alba

Os chanceleres da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) se reunirão neste fim de semana em Guayaquil para analisar o caso Julian Assange, confirmou nesta quinta-feira (16) uma fonte do Ministério de Relações Exteriores equatoriano.

A fonte disse que os chanceleres da Alba se reunirão no sábado, e os da Unasul, no domingo.

O chanceler Ricardo Patiño havia antecipado hoje a possibilidade da reunião ministerial em entrevista coletiva na qual anunciou que seu país concedeu asilo político ao fundador do Wikileaks, que permanece refugiado na embaixada de Quito em Londres e é reivindicado pela Suécia.

Por sua parte, o secretário-executivo da Alba, o venezuelano Rodolfo Sanz, também indicou que na reunião do grupo será analisada “a situação criada pelo asilo político” outorgado a Assange, que está na embaixada do Equador em Londres desde junho.

“Todos sabemos das firmes posições do presidente (do Equador, Rafael) Correa de não permitir ingerências nos assuntos internos do Equador e os países da Alba viemos respaldá-lo”, disse Sanz ao canal “Teleamazonas”.

Acrescentou que a figura do asilo “deve ser respeitada” e foi respeitada “durante tempos de guerra, durante governos ditatoriais militares, nunca se interveio, se ocupou militarmente ou pela força policial uma embaixada”.

Ao anunciar a concessão do asilo, Patiño voltou a rejeitar hoje um documento recebido nesta quarta-feira das autoridades britânicas no qual advertem que poderiam invadir a sede da embaixada para prender Assange, pois devem cumprir a obrigação legal de extraditá-lo à Suécia, e o qualificou de “ameaça explícita”.

O chanceler equatoriano se mostrou confiante que Londres outorgará o salvo-conduto a Assange para que abandone a embaixada. No entanto, o ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague, assinalou hoje que não há razões legais para outorgar um salvo-conduto ao fundador de Wikileaks.

“Não há nenhuma base legal que nos obrigue a isso”, apontou Hague, ressaltando que a imunidade diplomática não deve ser utilizada para “dar refúgio” a supostos criminosos e que o processo na Suécia teria “garantias” legais.O ativista australiano é requerido pelas autoridades suecas por supostos crimes sexuais contra duas mulheres desse país, às quais conheceu em Estocolmo em agosto de 2010.

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