O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Iêmen, Jamal Benomar, se demitiu, depois de quatro anos de esforços de transição política pacífica no país árabe mais pobre, que se desfez por causa dos conflitos gerados por rebeldes xiitas, o que levou a Arábia Saudita a iniciar ataques aéreos.
Segundo a ONU, Benomar “manifestou interesse em passar para outra atribuição” e que a nomeação de seu sucessor “está em curso”. A saída de Benomar cria um vácuo diplomático no Iêmen, onde ele era visto como a figura internacional mais importante que trabalhava para juntar os partidos rivais, mesmo depois de diplomatas terem fugido de suas embaixadas e a ONU ter retirado seus funcionários.
Benomar, que anteriormente serviu como enviado no Iraque e no Afeganistão, havia chegado
sob críticas de alguns países no Oriente Médio, especialmente da Arábia Saudita.
O Iêmen tem enfrentado semanas de ataques aéreos de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, em uma tentativa de atingir os rebeldes xiitas, conhecidos como houthis, que tomaram o sul do país, levando o presidente do Iêmen a fugir.
Em declaração, a ONU disse que não poupará esforços para lançar o processo de paz na região, mas que o desafio tem crescido.
Diplomatas da ONU, que falaram sob condição de anonimato, disseram que os ministros do Conselho de Cooperação do Golfo sunita conheceram o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, durante uma viagem ao Kuwait no final de março, e contaram de sua rejeição em relação à Benomar.
A pressão sobre Benomar, um diplomata de origem marroquina que possui a cidadania britânica, aumentou quando os houthis avançaram nas últimas semanas. No final da última semana, o embaixador da Arábia Saudita para a ONU insinuou que Benomar estava perto de sair. Fonte: Associated Press.