Uma entidade internacional de donos de cargueiros pediu nesta segunda-feira (24) um bloqueio militar na costa da Somália para interceptar barcos piratas que se dirigem para alto mar. Peter Swift, diretor-gerente da International Association of Independent Tanker Owners, disse que uma ação naval mais forte – incluindo apoio aéreo – é necessária para combater a pirataria no Golfo de Áden, perto da Somália. Circulam pela área cerca de 20 cargueiros diariamente.
Muitas empresas estão considerando fazer uma enorme volta pelo sul da África para evitar os piratas. Isso aumentaria os custos em 30% e atrasaria as entregas. Os membros da associação concentram 75% da frota mundial de cargueiros. A entidade se opõe às propostas para dotar de armas as tripulações dos navios mercantes, pois isso poderia aumentar a violência e colocar em perigo os empregados, segundo Swift. “A outra opção é fazer um bloqueio junto à Somália e lançar a idéia de interceptar os navios que partem da Somália, em vez de proteger todo o Golfo de Áden”, apontou Swift.
Um bloqueio na costa somali de 3,9 mil quilômetros “não é fácil, mas alguma intervenção pode ser efetiva”, afirma o representante dos donos de cargueiros. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) mantém quatro navios de combate na costa da Somália, nação assolada por uma insurgência islâmica, sem governo de fato desde 1991. Os Estados Unidos contribuem com o patrulhamento, que também conta com embarcações da Rússia, Índia, Malásia e Dinamarca. As Marinhas, no entanto, afirmam que é virtualmente impossível patrulhar o vasto mar ao redor do golfo.
Os piratas somalis ampliaram seus ataques, tomando oito embarcações nas duas últimas semanas. Entre elas, um superpetroleiro saudita, com carga avaliada em US$ 100 milhões. Houve até agora neste ano 95 ataques piratas em águas somalis, com 39 embarcações capturadas. Quinze navios, com cerca de 300 tripulantes, ainda estão nas mãos dos piratas.