A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou ontem o fechamento da Rádio Caracas Televisão (RCTV) e de outros canais a cabo na Venezuela. O presidente da organização, Alejandro Aguirre, questionou a “intolerância” do governo de Hugo Chávez com a liberdade de imprensa no país. “A SIP continuará criticando e condenando as ações de um governo que há muitos anos está se apoiando em leis intolerantes para atacar a liberdade de imprensa e fechar meios de comunicação independentes”, disse. Os Estados Unidos também manifestaram preocupação com o fechamento dos canais.
Enquanto o governo venezuelano renovava ontem as ameaças de fechar mais emissoras de rádio e TV e impunha as condições para que os seis canais que saíram do ar à meia-noite de domingo voltem a transmitir por cabo, funcionários da RCTV trabalhavam normalmente, transmitindo apenas pela internet.
Na frente da sede da emissora – cujo sinal aberto havia sido retirado em maio de 2007 por decisão do presidente Hugo Chávez, que se recusou a renovar sua concessão -, havia poucos sinais de protesto, exceto por algumas faixas e inscrições nos muros que pediam respeito à liberdade de expressão.
Numa entrevista à Globovisión ontem à noite, o presidente do grupo proprietário da RCTV, Marcel Granier, disse que está disposto a deixar seu cargo para evitar que a perseguição do governo contra ele prejudicasse a emissora.
Por seu lado, o diretor da Conatel e ministro de Obras Públicas, Diosdado Cabello, afirmou que, para a RCTV voltar ao cabo será necessário que seus diretores assumam compromisso com a comissão de submeter-se às normas do governo, aceitando se integrar às redes nacionais e submetendo sua programação à classificação etária.
Segundo Cabello, depois de quatro meses, se a RCTV tiver uma programação predominantemente estrangeira, poderá requerer a licença como emissora internacional.