As Avós da Praça de Maio, grupo argentino de defesa dos direitos humanos, anunciaram hoje que encontraram a neta de número 103, nascida durante o cativeiro dos seus pais na ditadura militar na Argentina (1976-1983). Os resultados dos testes de DNA revelaram que a jovem, cuja identidade foi mantida em sigilo, é filha de Ricardo Horácio Klotzman e de Cecilia Beatriz Barral, militantes de um grupo guerrilheiro desaparecidos em agosto de 1976, informou a organização, em comunicado.
Como a jovem não aceitava fazer o teste de DNA, a análise foi realizada de maneira compulsiva sob ordem judicial. Segundo o grupo, Cecilia Barral estava grávida de nove meses quando foi sequestrada com Klotzman na residência do casal, em Rosario, província de Santa Fé. O casal foi enviado a um centro clandestino de tortura. Barral foi vista pela última vez em 11 de agosto de 1976, poucos dias após dar à luz uma bebê.
A recém-nascida foi dada em adoção ilegal. O grupo não informou a identidade dos pais adotivos da criança. Grupos dos direitos humanos estimam que 30 mil pessoas desapareceram durante a ditadura militar argentina. Muitas mulheres que estavam grávidas deram à luz no cativeiro. Geralmente, os bebês eram entregues a militares, que os registravam com seus sobrenomes.
O grupo Avós da Praça de Maio estima que 500 crianças nasceram no cativeiro ou foram sequestradas com seus pais. Os registros oficiais na Argentina dão conta de apenas 13 mil desaparecidos. As informações são da Associated Press.