O primeiro-ministro da Letônia, Ivars Godmanis, renunciou abruptamente nesta sexta-feira (20), derrubando a coalizão de centro-direita no país. A medida ocorre após violentos protestos nas últimas semanas contra a forma com que o governo responde à crise econômica. “O primeiro-ministro entregou uma carta de renúncia e eu a aceitei”, disse o presidente letão, Valdis Zatlers. O anúncio ocorre após uma semana de disputa política, em que Zatlers afirmou publicamente que perdera a confiança em Godmanis, quando o primeiro-ministro se recusou a alterar ministros do gabinete.

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Os dois principais membros da coalizão, o Partido do Povo e a União dos Verdes e Fazendeiros, deram hoje a Godmanis um voto de desconfiança. A Letônia enfrenta uma dura recessão, que forçou seus líderes a buscar um empréstimo emergencial de 7,5 bilhões de euros do Fundo Monetário Internacional (FMI) no fim do ano passado. A previsão é que a econômica desse país báltico se contraia 12% neste ano. A crise financeira exacerbou as dificuldades econômicas, após um crescimento indiscriminado baseado em crédito no meio da década, desde a entrada da Letônia na União Europeia, em 2004.

Para assegurar o auxílio externo e defender a moeda local, o lat, vinculado ao euro, o governo de Godmanis se comprometeu em dezembro com um rígido programa de austeridade, equivalente a 7% do Produto Interno Bruto (PIB). O plano inclui o corte de salários dos funcionários públicos em 15%. Funcionários do FMI estão em Riga nesta semana, revisando o programa de ajuda. Godmanis estava no poder desde dezembro de 2007. Zatlers agora deve nomear um novo primeiro-ministro, que precisa ser aprovado pelo Parlamento.

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