Enchentes afetam 13,8 milhões de paquistaneses

O número de pessoas atingidas pelas enchentes no Paquistão já excede os 13 milhões, informou hoje a Organização das Nações Unidas (ONU). O resultado é maior do que o número total de pessoas atingidas pelo tsunami de 2004 que varreu áreas costeiras no Oceano Índico, o terremoto de 2005 na Caxemira paquistanesa e o terremoto de janeiro de 2010, no Haiti.

O número de mortes provocadas pelos outros três desastres foi muito maior do que os 1,5 mil óbitos causados pelas enchentes nas últimas duas semanas, no Paquistão, segundo a ONU. A estimativa do órgão é que o número de pessoas afetadas pelas inundações no país é maior em pelo menos 2 milhões na comparação com afetados nos outros três desastres.

A comparação ajuda a explicar a dimensão da crise que o Paquistão enfrenta, a qual o primeiro-ministro afirmou ser a pior na história paquistanesa. A crise diminuiu a capacidade de resposta do governo, gerando raiva entre as vítimas das enchentes. Elas afirmam que a ajuda não chega com a rapidez necessária.

Ajuda

Uma pessoa é considerada atingida pelas enchentes se ela precisa de algum tipo de assistência para se recuperar, seja ajuda humanitária de emergência ou assistência de reconstrução a longo prazo, disse Maurizio Giuliano, porta-voz do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. Segundo ele, o número total de pessoas afetadas pelos outros 3 desastres foi de 11 milhões – 5 milhões no tsunami de 2004 e 3 milhões em cada um dos terremotos.

O primeiro-ministro do Paquistão, Yusuf Reza Gilani, disse hoje que as enchentes já são um desastre natural pior que o terremoto que devastou a Caxemira paquistanesa em 2005 e matou cerca de 80 mil pessoas.

Gilani também afirmou que as enchentes afetaram mais pessoas que as operações conduzidas pelo exército paquistanês contra o Taleban no Vale do Swat, na última primavera, ofensiva que deixou 2 milhões de refugiados internos no país.